sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Vinte e cinco horas
Perguntou-se o que fazia parado a fitar aquele imenso relógio no meio da cidade.
E naquele momento, todas as respostas pareciam se misturar.Não encontrava razão para tamanha insanidade.
Entretanto todos os dias,ele ali estava, a olhar os ponteiros gigantes e a ouvir o badalar dos sinos ao meio dia.
Entre cada batida ele tinha sua vida dividida entre viver e esperar.
Esperava a chegada das 25 horas e do místico que envolvia trazê-la de volta .
Enquanto isso,vivia da fantasia trazida da infância de outrora.
Bem no meio da cidade, ele tinha seu coração dividido entre seguir ou permanecer inerte, recordando os segundos na espera de que pudessem voltar .
Fitando aquele imenso circulo parecia tão simples puxar os ponteiros para trás,parecia tão fácil subir e girá-los até o passado. Porque simplesmente não fazê-lo?
Perdido em pensamentos atordoados, tanto caminhou que nem percebeu o calor dos grãos de areia que atingiram seus pés.E a cada passo dado,sua mente de distanciava do presente, e por isso nem se deu conta do suave das ondas arremessando-se contra seus dedos, nem do frio morno das águas que lhe arrepiavam os pêlos.Nem por isso se deteve.
Ali, permaneceu caminhando em direção ao fundo , ao distante, ao sonho.
A água já lhe cobria e até o momento não haviam sinais de arrependimento,a única coisa que se podia ouvir era o último bater de um coração tranquilo e o badalar distante marcando Vinte e cinco horas.
Sexta
"De origem desconhecida
Sem hora marcada
Foi assim;
Sem muito enfeite
Sem poesia
Sem apresentações ou qualquer perda de tempo.
A conversa se deu rápida
e ainda mais rápido
se deram ao fio cortante da tensão que lhes arremetia."
Sem hora marcada
Foi assim;
Sem muito enfeite
Sem poesia
Sem apresentações ou qualquer perda de tempo.
A conversa se deu rápida
e ainda mais rápido
se deram ao fio cortante da tensão que lhes arremetia."
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Sobre poesia e seus poetas
Afirmo,tenho prazer em escrever sobre a vida.
No entanto, há pouco percebi que as palavras vivas são as mais mortas.
A tristeza pintada no poema,eternizada nas palavras e cantada pelos poetas fazem das palavras mortas, belas canções,que se baseiam na tragédia, na saudade e na dor.
Contraditoriamente, tenho nessas palavras a impressão de que, em oposição às frases sobre vida idealizada, elas sim, traduzem a realidade e aquilo que realmente vivemos.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Desordem
Em algum lugar,perdidos e esquecidos
existem olhos atentos e corações não tão esperançosos.
Marcados pela exploração e humilhação
Saturados de uma historia mascarada ,modificada do jeitos que eles querem.
E eles querem o quê?
Esquecidos no deserto,morrendo lentamente
sem água, uma gota que o valha.
Massacrados pelas armas e mortos pelo genocídio
Soterrados pela terra, anos após anos de dominação
E eles querem o quê ?
Politicagem barata,hipocrisia descarada;
Mentiras brancas.
Eles não se importam
se foram 100 mil ou 1 milhão
que diferença faz ?
Esperança com doses de desalento
bebendo o sangue,desperdiçado nas batalhas
lágrimas de desespero.
Dia-a-dia. Fome e miséria.
E eles querem mais o quê afinal?
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