segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Casca

"Confessa-me que sois apenas casca 
Feita de aparência que reluz e que me cega"


Sois impermeável e impenetrável
Quente e segura, 
onde me seguro,me enraízo e me tenho cativa.
À luz é tudo tão claro e às claras tudo me dá medo
(...)
Sois tão escura quanto ninho materno
e em ti aguardo o chegar de novos dias
Porque no fim todos somos cheios de medos e intranquilidades
No fundo, somos todos crianças, em busca de um colo ou de uma casca.


quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sem saber

Sem saber pra onde ir
Sem saber como ir
Sem saber que ônibus pegar
Sem saber como voltar 
Sem saber como voltar de um lugar que ainda não decidi.

Circe

Claro.
Nítido.
Rio de águas profundas e cristalinas.
Pedra de calcário.
Sereia que canta e encanta,enfeitice-o.
Sufoque aqueles pensamentos vis.
Dilacere sua alma e parta em pedaços seu coração
Arranca-lhe os dentes e corte-lhe os pulsos
Beba seu sangue,gota por gota
Deixe-o transparente e translúcido
Arranca-lhe a pele, com gosto e desejo voraz 
De seus gritos crie uma suave melodia.
Capiciosa menina!Envenene-o!
Lhe arranque os olhos para que não mais veja
Sele os seus lábios para que não mais fale
Mate-o, sem piedade, assim como um dia ele esquartejou teus sentimentos.
Vingue-se menina!
Não tenha pressa, pois ainda há tempo.
Há muito tempo
(...)