Mantenha suas mãos à vista.
Não toque meu corpo quando não vejo.
Não me venha com desculpas, dizendo que errou
Nem me venha com esses olhos suplicantes por perdão.
Da carne e pela carne te divertes,enquanto um corpo desfalecido cai ao chão.
Feita de trapos e remendos, sou boneca de pano.
De meus olhos, escorrem lágrimas que gritam o quanto me machucas.
Me pergunto sobre a continuação destes pequenos graves delitos e a resposta: Masoquismo.
Maníaco, sádico e estúpido,pegue seus pertences e não mais retorne a desfiar minha delicada costura
Pra ti, não basta saber que sou feita de trapo e remendos?
Mas antes de ir, não esqueça de pressionar meu pulso pra ouvir meu irônico Adeus.
Escrever,
Tentei
Olhei o papel branco afim de ali colocar tudo o que explodia em mim;
Mas nao consegui fazê-lo.
Abri o caderno na esperança de que as palavras brotassem de algum lugar indefinido e preenchesse o vazio que se faz tão presente;
me esforçei ao máximo pra dizer algo a alguém, a mim, ou até mesmo não dizer nada,a ninguém;
Desejei que essas palavras aquietassem esse movimento insano que preenche minha cabeça
Almejei ao mesmo tempo, jogá-las fora ou quem sabe cuspi-las como quem cospe o que tem sabor desagradável;
Digitei freneticamente qualquer frase, saiu tudo errado,sem pontos,virgulas ou reticências
Machuquei os dedos,escrevendo tão rapido,
assim perdi os dedos, os pulsos e as palavras
e me esqueci o que ia contar.Ia contar ?
Uma música me vem em mente
aquieta minha alma
e meu coração se põe a bater com frequência comum
Calmo, tranquilo, seguindo a batida daquela melodia
depois desta e daquela outra e mais outra;
Misturaram-se os ritmos ,aceleraram as batidas, as pulsadas
os sentimentos já confusos, agora, revirados, remexidos
agora,tão destruidos ,desiludidos
e isso é tão humano
É ...
acho que desisto!
Ou xícara cheia
Ou xícara vazia
Odeio coisas pela metade.
