sábado, 25 de fevereiro de 2012

Dia Cinza


Um dia cinza
Sentimentos devastadores
Um aperto no peito 
Um nó na garganta
Um vazio na alma
Tudo permanece triste.
Olho o nada em busca de respostas
Onde estariam elas?
Me vejo vagando,andando de costas
Pensamentos confusos
Dor latejante
Olhos úmidos.
Fiz arruaça
Expus a alma
Gritei aos quatro ventos minha ausência de arrependimento
Tudo para que se apercebesse da tamanha dor que me causara
Agora tenho em mim um sentimento gigantesco
negro e funesto, que me consome por dentro.
Um amor, um ódio selvagem 
Inacabado, Interminável,Inexorável
Me questiono : 
Quando hei de compreender os fatos?
Por que é tão difícil aceitar os erros ?
Por que não se metem a cuidar dos próprios filhos?
Queimam-se os lábios, assim como a chama,que do papel faz fumaça
Deixem que voem e sigam os rastros das cinzas
É tamanha dor,tamanho vazio
Para onde ir neste dia cinza de clima sombrio?
Onde está? me pergunto, aquela aquarela de cores que eu antes possuía?
Onde foram parar os chamegos? As latas de tinta?
-A água molhou,a água borrou.
As nuvens estão cheias,lá encima vão passando
Carregadas e negras como meu coração
Amargurado, despedaçado, estilhaçado, ferido
Ao longe a criança questiona:
-Mamãe cadê o branco das nuvens de algodão? Por que tão cinza estão?
Ao longe , meu coração, sabedor de todas as amarguras sussurra:
-A chuva levou, A chuva levou.