domingo, 13 de janeiro de 2013

G.T.H


Havia ali um relógio, que contabilizava as horas
afinal, pra isso que foi construído.
Mas pararam os ponteiros
Anunciaram que minhas palavras eram profundas demais
Quando os ouvidos pararam de escutar
Disseram ser as minhas, palavras vazias demais
As bocas falavam o que queriam
(Besteira!)
Em vários idiomas, as línguas pronunciavam, sem sotaque ou qualquer defeito
todas as mesmo tempo, falavam.
Palavras soltas que chegavam aos meus ouvidos, já pouco atentos
Um segundo.
Silencie este mundo homem!
Calem essas palavras bobas!
Despreze esses atos imundos!
Que os ventos carreguem pra longe, pra outro planeta
Numa visão do infinito qualquer, uma fantasia real
Calem estas bocas mundanas, 
Deixem mudas as línguas que falam sem saber
Silencie a alma
Aquiete tais pensamentos
e vá com eles pra onde bem entender!

Querida Vera

Eu sei que de algum lugar pode me escutar
mesmo que  a este mundo não mais pertença.
Ouça querida Vera!
Lembro-me quando a ti meus olhos suplicavam atenção
mesmo que os teus, de mim tão longe estavam.
Diga querida!
Ainda posso te escutar
Será que você consegue falar ?
Sinto -te tão distante
Eu sei que minhas lágrimas não são suficientes pra aplacar teu sofrimento
Sei que a força de ti já fugiu
Mas ouça querida!
Há muita coisa lá fora
Há tanto pra viver, pra ver
e você vai comigo!
Estarei contigo em todos os lugares
Seja teu céu, o inferno de tua alma, que agoniza
Sejam as estrelas teu lar e morada eterna
Que os navios do horizonte sejam tua bonita visão todos os dias em que abrir os olhos.
Lembro-me quando éramos crianças
As brincadeiras, os sonhos
Lembra-te querida ?
Saudade de quando estava aqui
Segurando minha mão  e dando-me força
Ah tuas palavras gentis!
Por que estás tão debilitada?
Por que não segura minha mão com o vigor de antes?
Abre aquele sorriso querida!
Só pra mim, eternamente;
Minha querida Vera.

Doces e cigarros



Dos dedos pendiam um cigarro
Era interessante,a garota de cabelos despenteados
Saída de uma fantasia surreal
Tinha roupas curtas e escuras
Tinha pele desenhada de mangás
Tinha unhas roídas curtas e compridas
Não tinha padrão
Era loira de dia
De noite,ruiva se fazia
E se ria
A rua era sua casa
em sua casa ninguém a queria
As mãos de vez em quando tremiam
Os olhos eram borrados de kajal 
Irregulares, se confundiam com as olheiras das noites em que não dormia
fazia da rua, sua cama
cheirava, se ria
chorava quando ninguém  via
cheirava quando todo mundo dormia
de vez em quando sentia
doía
de vem em quando mordia,
se debatia
de vez em quando 
vivia.

A origem dos diamantes

Sentei me naquele banco maldito
Onde a conversa se principiou
Era velho, o homem que na minha frente se sentava
Era sábio.
Vindo de terras médias desconhecidas
Tinha tanto a falar
Mas pouco,eu queria escutar
De alma tão fugitiva , de modos tao vulgares e impacientes
E ele apenas sorria.
O canto dos lábios mal se moviam.
era um sorriso daqueles de quem tudo sabe;
e de quem pouco se importava com minha irritante vontade de sair dali;
Porém algo me prendia
Algo segurava minhas pernas tão fortemente,que nem eu sei definir.
Seus olhos transmitiam algo que eu não conseguia captar
um ecstasy percorria minhas veias
uma injeção de adrenalina recorrente
Ele disse tudo que eu precisava ouvir
mas eu não compreendi
principalmente quando falava dos tais diamantes...

sábado, 12 de janeiro de 2013

Ironia III


Aceita conversar?
Discutir a origem do universo ou alguma teoria qualquer?
Mr. P. seu sábio! Me espanta essa sua extrema inteligência!
Compartilharia comigo um pouco?
Mas antes, aproveita e conserta esses fios desemcapados
Curtos acontecem e choques matam.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Infinitos Diamantes (4/8)


As letras fluiam naturalmente
feito o som dos diamantes
O som irritante da máquina se fazia ouvir por todo quarto
O mover das estruturas levavam a tinta até o papel que há muito aguardava.
Um, Dois, Três
Infinitas batidas intermitentes
Infinitos sonhos revelados
Infinitos diamantes.

Recém pintados na parede
Brilhavam intensamente
O arrastar irritante da cadeira anunciava desistência
O mover da madeira arranhava o  assoalho
Um, Dois, Três
Infinitas batidas intermitentes
Infinitas cadeiras deixadas de canto
Menos Infinitos diamantes.

O aroma atraía até a cozinha
Café que queimava os lábios
O som do tilintar da colher na xícara
O mover do copo para mais próximo
Uma,Duas,Três Codeínas
Infinitos sonhos
Infinita dopamina
diamantes.

O tilintar das moedas gerava cobiça
O arrastar do metal que riscava a superfície
O áspero do choque arriscava um valor que aumentava
O mover dos interesses
Uma, Duas, Três intervenções
Infnitos απατεώνες
Infinitas almas vendidas
Pelos diamantes.

Definitely maybe*

O Efeito ainda ressoa em minha mente
As palavras vem , vão e ficam cada vez mais altas
Desculpa se sou feito vento em tempestade
mas é minha natureza fugaz
Insanidade se faz presente nas demonstrações de carinho
mas não se preocupe são tao rápidas quanto tempestades de neve em deserto.
Venha e me diga  qual a cor que carrega dentro dos bolsos?
O peso das moedas te deixam andar sob o sol do meio dia?
Sou anjo e fera
Sou  gelo que não derrete no calor do fogo;
As lâminas afiadas que percorrem a pele evidenciam a fragilidade do que é humano
E do que nao é.
De aço forjado no interior da raridade mais rara
Sou dúbia de sentimentos e de razão
Palavras mal ditas
trocadas e invertidas
com propósitos ou sem
Palavras que ferem , que queimam e que deixam os rastros pelo caminho
Palavras que completam minha caixa de livros novos
Palavras que derretem feito cera
Palavras que evidenciam o que sou e o que não sou
Palavras que protegem, que confundem, que ressoam
Ecoam
Altas e vivas
Mais altas do que vivas em minha mente,
definitivamente talvez na sua.
*Discografia- Oasis

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Jorge


"Gosto do jeito que me prende"

Eles são engraçados, mas não chegam a ser poema, são só imitação
São frente e verso de espelho
De frente,de costas, de um lado e de outro
De todos os jeitos 
São simples como a folha de papel
Por todos os eixos exalam sentimento
Jorge é bonito , Jorgina é amante
São como luz pra escuridão
Mas eis que de dia ele se vai...
(Me diz aonde vai querido ?)
Talvez seja seu, o lar de sombras
Talvez seja um infinito qualquer 
Talvez seja minha casa , a sua
Quando com o retorno da noite, ele volta
(Me diz aonde foi querido?)
Silencio.
Não há tempo que se possa perder
Não ha suspiro que suporte a proximidade
Não há nada, nem ninguém 
Somos apenas dois
Somos jorge e jorgina
Somos quem você quiser....

Quando com o primeiro raio de sol, pele à mostra se revela 
sinto o arrepiar da superfície  
mesmo que os dedos tímidos permaneçam longe 
não estão o suficiente pra não te sentir
Diriam alguns que exposição não deve ser feita
mas à eles pergunto ...conhecem a palavra ignorar?
Quando com o fim do dia, chega a hora de partir
Deixo-te o mais bonito dos presentes
Deixo-te um sorriso
daquele escancarado
daquele que da vontade de rir só de olhar
daquele que da vontade de beijar
E mesmo que os passos façam-me uma estranha à distância 
Mesmo que os ambientes sejam distintos dos de ontem
e mesmo que eu não seja Jorgina
Ainda sim, serei sorriso;
Serei saudade;
Serei as palavras
que nunca precisei dizer;
Mas agora, já disse.