quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ironia IV

"Isso é complicado
Tanto quanto é complicado descomplicar
Mas diga a ela:
De complicações vivemos
E pelas descomplicações morremos"

M.

Saudosista da voz austera em fúria
que dos papéis espalhados reclama
Eis que o simples toque na pele
me acalma o coração palpitando em desforra
Há calma de repente na voz suave
melodia de anjos celestiais
tranquiliza a ansiedade atroz que me sucumbe
A alma que ainda me resta
Estraçalhada
Uma onda impetuosa de calor
Um colo de mais pura serenidade
fervor das  devotadas mães
Orando para que seu anjo não vá embora
Mas as asas crescem em desafio
brotam da carne de todos eles
brancas e inocentes asas
que ensinam a levantar vôo
O Corte é proibido
Não se pode cortar sequer a menor das penas
Mas desalmadas são as filhas de Ares e Harmonia
em defesa daqueles inúteis que criaram.
Mas as armas são inúteis pra batalha que se pretende
travar com a natureza, que planeja os levar embora.
Que planeja arrastá-los mundo afora.

Diamante

Retalhos foram recortados do vestido
O homen que da rua observava
A moça corria aos prantos e descalça
porque as sandálias havia deixado na praia.
Os ventos anunciavam a chegada da tempestade
As lágrimas eram como chuva.
Mas no meio da lama havia um diamante.
Aquele diamante que o sábio havia comentado.