sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vinte e cinco horas



Perguntou-se o que fazia parado a fitar aquele imenso relógio no meio da cidade.
E naquele momento, todas as respostas pareciam se misturar.Não encontrava razão para tamanha insanidade.
Entretanto todos os dias,ele ali estava, a olhar os ponteiros gigantes e a ouvir o badalar dos sinos ao meio dia.
Entre cada batida ele tinha sua vida dividida entre viver e esperar.
Esperava a chegada das 25 horas e do místico que envolvia trazê-la de volta .
Enquanto isso,vivia da fantasia  trazida da infância de outrora.
Bem no meio da cidade, ele tinha seu coração dividido entre seguir ou permanecer inerte, recordando os segundos na espera de que pudessem voltar .
Fitando aquele imenso circulo parecia  tão simples puxar os ponteiros para trás,parecia tão fácil subir e girá-los até o passado. Porque simplesmente não fazê-lo?
Perdido em pensamentos atordoados, tanto caminhou que nem percebeu o calor dos grãos de areia que atingiram seus pés.E a cada passo dado,sua mente de distanciava do presente, e por isso nem se deu conta do suave das ondas arremessando-se contra seus dedos, nem do frio morno das águas que lhe arrepiavam os pêlos.Nem por isso se deteve. 
Ali, permaneceu caminhando em direção ao fundo , ao distante, ao sonho.
A água já lhe cobria e até o momento não haviam sinais de arrependimento,a única coisa que se podia ouvir era o último bater de um coração tranquilo e o badalar distante marcando Vinte e cinco horas.

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