quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Eu acho que estamos a definhar
Fio tênue, um fio.
Não fosse eu segurando-me nesta miséria 
estaria à metros do penhasco, no chão 
São longos dias a olhar teus olhos 
Olhos negros que me devoram a alma 
Olhos que cintilam 
Uma alma translúcida de pura clareza que traz uma palavra apenas.
Se fosse hoje, o amanhã, eu decidiria por tudo, mais uma vez
Porém hoje, meu coração dói
Machuca os olhos olhar-te, e saber que te tenho 
Corrói a alma tocar-te , e saber que domino o jeito com maestria
Os lábios que sinto devagar, no respirar, são de fato, meus 
O trespassar das fitas de cetim, do vestido que passa por mim- Que trouxe pra mim
Que levou de mim.
Observo de longe os saltos, dispostos enfileirados a esperar-te 
E os longos dias se abatem , o sol se torna negro ,o dia perde o calor, as estrelas morrem e nascem 
E eu continuo a olhar para o fio contraditório e distante que nos une.
Facilmente poderias tu decifrar-me a alma , ler me em pedaços , comer do prato que te ofereço 
Poderias tu  dar fim neste fio miserável
Cortar de vez a linha que nos separa e transformar em um nó 
um nó no horizonte , um nó no espaço .

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